Cerca de 800 mil beneficiários da Unimed em Minas podem ficar sem acesso à cirurgia cardíaca caso os direitos dos cirurgiões cardiovasculares não sejam garantidos. Nesta segunda-feira, dia 06, os cirurgiões Cardiovasculares Mineiros se reúnem na Associação Médica, com o intuito de dar uma resolutividade ao impasse que se prolonga desde 2004. Após respostas evasivas da operadora, inclusive, a uma notificação extrajudicial feita pelos representantes da classe eles apelam agora para a justiça.
De acordo com a Sociedade Mineira de Cirurgia Cardiovascular – SMCCV, a classe reivindica por uma remuneração justa que siga tabelas da área e que supram os gastos com equipe e suprimentos dos médicos.
Agora, para que esses direitos sejam garantidos, os cirurgiões entraram na justiça contra a Unimed. O movimento recebe apoio de 90% dos cirurgiões cardiovasculares e de entidades como Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular-SBCCV, Sociedade Mineira-SMCCV, CRMMG, AMMG e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – SINMED.
O descredenciamento em massa será o próximo passo, caso as negociações não avancem no sentido da valorização da classe.
Entenda o empasse
Os cirurgiões buscam uma negociação desde o dia o dia 23 de agosto de 2004, quando houve uma assembleia em que ficaram acertados novos honorários a serem pagos por intervenções cirúrgicas. O aumento, mesmo assim, não correspondia à Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – CBHPM atualizada.
Para uma cirurgia de coronária, por exemplo, em procedimentos de enfermaria, o convênio chega a pagar R$844,00, menos que a metade do que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde – R$1.995,00. O valor de, acordo com a Cooperativa, não é suficiente para pagamento da equipe e para suprir gastos com a infraestrutura básica.
As empresas estão insensíveis a estas dificuldades. A proposta das empresas era fazer novas negociações para que este valor estivesse, então, de acordo com a tabela. Passaram-se seis anos e até hoje eles recebem valores extremamente defasados, desrespeitando a 5ª edição da CBHPM e ao Conselho Federal de Medicina. A remuneração é tão baixa, em relação às outras especialidades, que não tem despertado o interesse dos estudantes: 50% das vagas para a especialidade estão em aberto no Brasil.
O principal objetivo da classe é a valorização do trabalho médico viabilizando o trabalho em boas condições.
A reivindicação dos cirurgiões cardiovasculares por melhor remuneração nos convênios configura um movimento em expansão no país e são paralelos ao movimento dos anestesistas no interior do Estado. Bahia, Goiás, Espirito Santo e Rio de Janeiro mantêm movimentos organizados.